Na época em que os barcos portuguese cruzavam os mares do mundo, fazendo todo tipo de comércio, era comum levarem em consignação algum Moscatel de Setúbal.
Os comandantes recebiam pelo que vendiam. Nem sempre conseguiam comercializar todos os barris. Na volta à pátria, depois do périplo, em que se submetiam a diversos climas e significativas variações de temperatura, os tonéis eram devolvidos às caves dos produtores.
Ao serem abertos, quase sempre uma boa surpresa: geralmente o vinho estava melhor do que antes de embarcar.
A passagem pelos trópicos, a caminho do Brasil, África ou Índia, quando atravessava por duas vezes a linha do Equador, uma na ida, outra na volta, parecia aprimorar a qualidade do Moscatel de Setúbal e conferir-lhe grande complexidade. Nasceu assim a lenda do Torna-Viagem.